segunda-feira, 27 de julho de 2009

'O vício da inconstância'

Já dizia Raul, 'se hoje lhe odeio amanhã lhe tenho amor', esse meu vício chamado inconstância que me persegue, que não me permite ter a traquilidade que tanto preciso, que alimenta as minhas dúvidas, impulsiona as minhas angustias e ajuda a refazer as asas quebradas do amor que infelizmente ainda não morreu.
Está tudo bem, tudo legal, mais o filme que insiste em não sair do replay não me permite ir mais além, eu quero voar, voar por outras montanhas, voar por outros lagos, voar por outros bosques, e eu bem que tentei, mas faltou gasolina aqui no motor, o belo me convida, o belo me chama atenção, mas o belo é uma vela pequena, vi quando ela acendeu, e já sei exatamente a hora, o minuto, o segundo e milésimo em que ela vai apagar, embora meu desejo de que ela fosse uma vela de 365 dias fosse imenso, talvez tempo suficiente do amor que ainda vive morrer de uma vez.
As vezes sinto que as pessoas não fazem muito sentindo, que o mundo não faz muito sentido, que as coisas que gosto não fazem muito sentido, que eu e minha minha vida não fazemos muito sentido, é o vício da incostância que me persegue.
As pessoas que da noite pro dia não são mais tão legais, as tão procuradas repostas que ontem o mundo me deu, hoje, já não valem de muita coisa, a música favorita de ontem, hoje, se tornou abusada, minha vida que ontem foi divertida, feliz e com cheiro de certeza, hoje é chata e cheia de ponto de interrogação, eu que nunca sei o que realmente quero, e esse vício da inconstância que me persegue.
Sinto falta de quem eu era há um ano atrás, e é humilhante dar o braço a torcer, mas bastou ele ir embora pra sempre, que todo o resto caiu como as pedras de um dominó, o que não me gerou nenhuma surpresa, eu sabia que ele era o porto seguro.
Pela manhã o odeio com todas as minhas forças, juro pra mim mesma que ele deixou de ser importante apartir do momento em que decidiu ir embora, mas quando deito a cabeça no meu travesseiro, tudo que eu queria era o encaixe da barriga dele nas minhas costas com a sequência de beijos que ele me dava antes de dormir nas terças e sextas, existe remédio pra acabar com a droga desse vício chamado inconstância, que tanto me persegue?

Um comentário:

  1. Sou muito inconstante também, demais.
    E sabe do melhor? Eu adoro isso!
    Qualquer lógica, comportamento que segue metodismo ou o esperado me causa tédio.
    Eu adoro ser contraditória e inconstante pra poder viver intensamente.
    Obrigada pela visita e volte sempre.
    Beijos.

    ResponderExcluir